POETIZANDO
Por entre muros, esquinas, partidas e chegadas... Cá estou eu...
Sentada numa sólida noite, em que o encontro na esquina é cada dia mais raro, cada dia mais caro.
E em cada lamento do saxofone uma lágrima cai.
Lágrimas pretas, lágrimas, pasmem!
Lágrimas pretas sim, do palhaço que se borra com seu nanquim.
Lágrimas azuis do contorno ao redor de seus olhos profundos.
O lamento do artista, o lamento dA artista.
A poesia, palavra no feminino, e por isso mesmo, a que vos fala é poetisa.
Poetisa, oh Isa, meu anjo.
Profundidade na obra, profundidade no ser.
Entremeado de meu eterno silêncio, pergunto-me:
Estou louca, Isa?
Alende responde-me:
Não, tu te tornas poetiza.
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