FOGUEIRA DAS VAIDADES 


Que os tempos são sombrios, sabemos.

Que as dores estão estancadas, escancaradas…


O domínio do mal prevalece?

Apaga-se a luz

Fim do primeiro ato.


Seguidores?

Que tempos são esses em que seguidores significa status?

Status do quê?


Para quem?

Qual é, de fato,  o sentido dessa vitrine?

Quando foi que nos perdemos em nós mesmos sem olhar o outro?


De que serve tudo isso?

Por quê?

Pra quem?


Não grito por ajuda, grito por socorro?

Mas minha voz é rouca

O meu canto… de nada serve.


Estamos a serviço de quem, afinal?

Animal?

Somos! Os mais vorazes, capazes de destruir tudo o que nos propomos.


Por favor, onde foi que erramos?

Onde? Onde?

Quando foi que deixamos de olhar nos olhos do próximo?


Especulação, jogo, sujeira.

Tudo sempre varrido para debaixo do tapete!

Sim, sigo.


Mas de que me importa?

Cadê minha voz?

Queria gritar! 


Vamos todos juntos soltar o ar e respirar.


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